Me livrei

Sabe de uma coisa? Que bom que acabou. Estou muito feliz que você não faça mais parte da minha vida. Me livrei!

Das suas fotos usando aquela touca velha e desbotada que esconde seu cabelo cacheado tão lindo.

Das suas mensagens de áudio demasiado curtas e com som abafado que me impedia de ouvir sua voz e seu sotaque fofo.

Do seu status com memes de sacanagem em péssima resolução que revelavam seu senso de humor único.

Das suas mensagens sedentas inconvenientes que me envolviam sem esforço.

Da sua perversão superficial que me seduzia profundamente em nossos momentos mais íntimos.

Das nossas conversas sem graça que alegravam meus dias.


Ufa! Me livrei de tudo isso. Me livrei de você. Você sumiu e não voltou mais – e eu também não fui atrás. Talvez eu goste dessa falta que você me faz…

Sol em Leão

Queria que nossas palavras da tela escapassem

E se materializassem

Te olharia de verdade

Te tocaria de verdade

Te abraçaria de verdade

Te beijaria de verdade

Te sentiria de verdade

Sem passar vontade

A vontade é que passaria

Queria que você fosse meu, só meu

Você meu leão, e eu sua leoa

Um olhar, um sorriso, um beijo

Ô coisa boa!

Você não sabe o que representa para mim porque eu nunca te disse

Alegria, liberdade, descoberta, aventura

Otimismo sobre experiências futuras

Nessa minha realidade e geografia

Encontrarei alguém à sua altura?

A queda é grande

Igual meu carinho

Você me faz querer cantar Caetano

Leãozinho…

Eu sempre soube que seria breve

Eu esperei que fosse leve

Mas você me envolveu de tal maneira

Que me fez perder as estribeiras

Me fez perder o medo de estar junto

O leve agora pesa, isso não é justo

Não fosse a distância

Geográfica, física, mental, sentimental

A sintonia está confinada em “nossos momentos”

Faz falta a constância

O frequente contato verbal e visual

Esse meu faz de conta se tornou sentimento

Você meu leão, e eu sua leoa

Nunca te toquei

Nunca te esquecerei

***

Te deseo, mi león

Me despiertas

Me desesperas

Me dás ganas… de tí

Gracias, mi león

Por nuestros momentos ricos

Sé que nunca te tendré

Pero jamás te olvidaré

CéuOceano

Estávamos todos reunidos no laboratório tentando manter a situação sob controle. Ninguém sabia direito o que havia acontecido nem o que iria acontecer, mas era evidente que algo precisava ser feito. O problema era que ninguém queria se aproximar no dispositivo, que parecia instável e era definitivamente perigoso.

Me voluntariei. Sentia certa indiferença com a situação. Estava nervosa, mas meu nervosismo não era medo, era apenas o estresse de estar sob pressão com uma bomba literalmente em minhas mãos. Mexia de um lado e de outro, tentando encaixar as peças soltas sem sucesso. Tinha gente demais para um laboratório tão pequeno.

De repente, uma explosão.

Não vi nem senti nada. Me vi completamente só em um lugar estranho e familiar ao mesmo tempo, parecia outro planeta. De algum modo, eu sabia que algumas pessoas haviam ficado presas na Terra, enquanto outras – poucas – foram parar nesse tal planeta.

Eu não estava deitada nem de pé. Estava flutuando. Mas o ar estava diferente. Nesse planeta, o céu era um oceano e voar era como nadar. Vi uma outra pessoa que também havia morrido na explosão e a abordei. Demos as mãos e nadamos pelo céu juntas enquanto eu cantava algo que não consigo descrever bem. Não eram palavras, mas apenas uma melodia que eu entoava de meu âmago. Era improvisada, mas muito bonita. Eu apenas emitia sons que refletiam o que eu estava sentindo: uma imensa paz, harmonia e certa tristeza…

Eu entendi que estava morta e aquela outra pessoa era minha única companhia no planeta dos mortos. Me conformei com a situação. Apesar da tristeza, a paz era maior e me dominava completamente. Era uma sensação muito agradável que me preenchia. Continuei nadando pelo céu de mãos dadas com aquela outra pessoa, explorando o planeta e encontrando objetos e prédios abandonados. Me sentia livre, finalmente. Junto com a melodia que eu cantava, o nadar/vôo virou dança e eu girava e girava feliz, me sentindo leve e plena.

Entendendo que estava morta, me lembrei das minhas gatas de estimação que morreram anos atrás. E elas apareceram. Me emocionei enquanto as acariciava, feliz em reencontrá-las.

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.

.

Foi quando acordei. Desapontada, sequei as lágrimas e gastei mais alguns minutos na cama, contemplando a frustração de mais um dia a ser vivido.

No planeta dos mortos, o céu é um oceano. Eu morri, mas ainda estou aqui…

Lista das coisas que você estragou para mim

Avenida Paulista

Chile

Idioma Espanhol

Artesanatos em geral

Pedras minerais (especialmente quartzo branco, citrino e ametista)

Prata

Qualquer coisa banhada e níquel

Dia dos namorados

Rua Augusta

Praça da matriz

Mureta do Morro de São José

Avenida 9 de Julho

Patins

Carícias

Pegação

Sexo oral

Masturbação

Senefas de beijos

Sopa de tomate

O mês de outubro

Estação Trianon-Masp

Estação Higienópolis-Mackenzie

Praça Benedito Calixto

A padaria de esquina da Teodoro com a Fradique

O restaurante do nosso 1º encontro

Rua dos Pinheiros

Paranapiacaba

Beco do Batman

Vila Madalena

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Meu trabalho

Minha cidade

Minha casa

Meu quarto

Meu passado

Meu presente

Meu futuro

Meus dias

Minhas noites

Minha cabeça

Meu coração

Minha paz

Minhas chances de ser feliz com qualquer outra pessoa que não seja você

Paralisia do sono

Na minha cama, eu tentava dormir. Minha gata caminhava por cima de mim, inquieta. Queria encontrar um jeito de entrar pelas cobertas e dormir no quentinho. Sem sucesso. Eu estava sonolenta demais para ajudá-la e ela decidiu acomodar-se do meu lado. Atingi a fronteira entre sonolência e sono de fato. Mais um pouquinho e eu conseguiria cair no sono de vez.

Com os olhos entreabertos, ainda conseguia ver alguns dos móveis em meu quarto escuro. De repente, minha visão periférica capturou uma imagem inesperada. Do lado esquerdo da minha cama, perto da escrivaninha, vi duas figuras esguias com capas pretas e capuz. Estavam uma de frente para a outra e, apesar de estarem imóveis e em silêncio, tive a impressão de que conversavam, talvez trocando instruções.

Ceifadores?!

Estranho… Não tinham consigo suas foices.

Notei que eu não conseguia me mover.

Será que é paralisia do sono? Estou sonhando ou estou vendo coisas?

Fechei os olhos e quando os entreabri novamente, a imagem que vi era diferente. Agora havia apenas um ceifador. Estava mais próximo, agachado do lado esquerdo da cama, me olhando. Ele não tinha rosto. Na verdade, parecia estar usando um tecido que cobria completamente sua face, mas eu conseguia discernir suas formas. Eram bastante masculinas.

Ainda sem poder me mexer, olhei para ele. Tentei falar, mas não consegui. Então fechei os olhos mais uma vez e supliquei em meus pensamentos.

Me mata! Por favor, me leva agora!

Senti medo. Pensei que poderia ser doloroso e demorado. Meu coração acelerou e comecei a soar frio. Me acalmei.

Não tem jeito… Não importa como aconteça, vou sofrer. Mas está tudo bem. O sofrimento não vai durar para sempre.

Respirei fundo e continuei me concentrando em meu pedido. Tranquila, relaxada, em paz.

Me mata, por favor. Eu quero ir embora.

No entanto nada aconteceu. Adormeci, finalmente, e sonhei que quebrava o microondas ao tentar preparar um jantar na casa de uma amiga. O sonho acabou e despertei, decepcionada.

Talvez o que vi fosse apenas um outro sonho. Afinal, que tipo de ceifador aparece no quarto de alguém sem levar sua foice? Claramente uma falha do meu subconsciente… Ou talvez a entidade estivesse apenas me estudando. Poderia ter esquecido a foice e por isso não me matou.

Pff, amador! Deve ser um estagiário e o outro ceifador que estava falando com ele era o chefe dando uma bronca.

Me entretive com minhas especulações por alguns instantes. Ainda era madrugada e eu poderia voltar a dormir. Minha gata continuava enrolada do meu lado, imóvel. Estendi a mão para acariciá-la e meu coração afundou assim que a toquei.

Estava gelada. Morta.

Tentei recolher minha mão, mas não conseguia me mexer. Olhei para o lado direito e o vi novamente. O ceifador. Estava de pé, ao lado de minha cama. Em sua mão direita segurava uma foice. Aproximou-se e agachou-se, me olhando. Eu podia sentir sua respiração.

Desta vez não fechei os olhos e, com algum esforço, consegui falar.

– Me mata. Me leva agora. Por favor.

Senti uma lágrima escorrer e fechei os olhos. Quando os abri novamente, era dia.

Covarde

Quanta dor uma pessoa precisa sentir para desejar a própria morte?

Por que a vontade não é suficiente?

Por que junto com ela não vem a coragem?

Acho que é medo. Medo de fracassar até nisso. E de nunca mais poder tentar.

Talvez eu tenha me tornado o que sou hoje por ser incapaz de me conformar com minha condição: não sou especial. Não sou um floco de neve. Não sou inteligente como pensei que fosse na escola. Não sou bonita – nunca fui. Não sou legal, nem interessante. Sou apenas uma criatura que existe. Como ouso ser apenas isso? Eu deveria ser grande, deveria ter façanhas. Mas sou inútil.

Por isso odeio o Leão no meu mapa. Ele é inútil. Não tenho seu magnetismo pessoal nem sua autoestima. Tenho apenas seu orgulho, minha ruína. Ele se ama, mas eu me odeio.

Meu pior castigo é minha covardia. Se eu tivesse a coragem do Leão, talvez não estivesse aqui reclamando.

Eu sou um lixo.

Sob a pele

Estou sentindo de novo. O verme. Ele se rasteja sob minha pele. Percorre meu corpo, perfura minha carne, me sangra. Ele me odeia.

Começou como um desconforto na perna. Eu não queria me levantar nem sair para fazer nada porque era difícil me movimentar. Depois senti um incômodo nos braços. Não conseguia ser produtiva. Passava horas na frente do computador tentando trabalhar e nada. Não rendia. Não tinha forças. Logo a coisa passou para o estômago e intestinos. Parece que quando atinge as entranhas é porque já está se tornando grave… Comer me fazia mal, não comer também. Perdi peso porque não queria passar pelo transtorno de comer, digerir o alimento e excretá-lo horas depois. Me alimentar tornou-se uma mera obrigação, algo que eu fazia apenas para permanecer viva. Então o mal chegou ao coração. Dores no peito, palpitações – por vezes parecia que meu coração iria explodir. Ou parar. Nunca parou… Uma pena.

Neste ponto, acometido o sistema circulatório, já estava em estágio avançado. O verme passeava por todo o meu corpo. Tinha acesso a cada vaso, cada tecido, cada célula.

Eventualmente, atingiu meu sistema nervoso central. Este é o estágio atual. Achei que se alojaria em algum dos lobos cerebrais, ou talvez nos núcleos profundos. “Quem sabe ele não prefira a medula espinhal? Eu poderia ao menos manter minha sanidade…” Mas ele não se aquieta. Seu lugar favorito, de fato, é o encéfalo. Passeia por ali, ora destruindo a serotonina, ora atrapalhando a dopamina, ora remexendo minhas memórias e sobrecarregando o córtex límbico com medo, ódio e culpa. Porém ele não se limita. Esse maldito verme continua explorando meu corpo todo – desde as pontas dos dedos até as partes mais profundas das minhas entranhas. Por vezes tenho a nítida sensação de que ele se enrola em minhas tripas e as aperta com força. Em outros momentos, parece que ele atravessa meus órgãos, perfurando-os incontáveis vezes.

E se rasteja sob minha pele. Posso vê-lo. Deixa um rastro asqueroso.

Pensando bem… Talvez ele nunca tenha passeado pelo meu corpo. Talvez ele tenha estado na minha cabeça o tempo todo. Simula minhas sensações, manipula minhas percepções. O que eu sinto não é real, mas é verdadeiro. Isso faz algum sentido?

Um dia esse verme desgraçado entrou no meu organismo, silenciosamente, e foi mais forte que meu sistema imunológico. Então ele atravessou a barreira hematoencefálica, alojou-se em meu cérebro e ali passou a controlar tudo o que sinto. As dores, o desconforto, a vontade de chorar, a sensação e a visão dele rasgando minha carne sob minha pele – tudo não passa de uma tortura orquestrada por ele.

Não posso fazer nada. Não consigo… Não tem cura. Afinal, como mudar o que está dentro de mim há tanto tempo? Houve ocasiões em que acreditei que ele estivesse sob controle, que eu soubesse como lidar com ele. Me enganei. Sempre me engano. Ele adormece, porém nunca morre.

Me tortura, mas não me mata. Ele me odeia… Esse verme.

Eu.

Cacos

Eu moro em um apartamento pequeno e escuro, com móveis metálicos e vizinhos inconvenientes. Não tenho o que comer, então quebro os pratos e como os cacos. Pode parecer absurdo – e no começo eu hesitei – mas com alguns temperos até que fica gostoso. Parece bolacha. Às vezes penso sobre o risco de me cortar ou ter algum problema gastrointestinal, então mastigo com cuidado. Afinal, é isso o que tenho para matar minha fome. Nunca houve nenhum incidente com minha ingestão de cacos e sigo saudável. Hoje, no entanto, estou muito preocupada. Apesar de ser cuidadosa com a mastigação, senti um desconforto na gengiva e fui checar no espelho do banheiro o que estava acontecendo. Conforme eu suspeitava, pela primeira vez, um caco de vidro perfurou minha gengiva. Está preso tão fundo que não consigo sequer movê-lo, por mais que eu puxe. Até consigo segurar uma parte do caco com os dedos, mas quando tento puxar eles deslizam por causa da saliva. Engraçado… Não sinto dor, só agonia de ter um vidro enfiado na gengiva. Não sei o que fazer. Tenho medo de conseguir remover o caco e ter uma hemorragia ou engasgar com meu próprio sangue. E se eu não conseguir removê-lo? Vai inflamar e aí sim vai doer – muito! Droga! Por que eu fui fazer isso? Como eu sou idiota! Eu sabia que isso poderia acontecer e mesmo assim continuei comendo vidro. Mas era o que eu tinha para comer… Não quero ir para o hospital. Não quero ficar com esse caco de vidro preso na minha boca para sempre. Estou começando a me desesperar. Que inferno! Eu nunca consigo resolver meus próprios problemas. Talvez fosse melhor ter morrido de fome.

Bilhete

Chega na estação de trem apressada. Não pode perder o trem das onze.

Se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã

Enquanto aguarda a chegada do trem, caminha de um lado para o outro. Nem tem lugar para sentar na plataforma. Esse horário está todo mundo voltando pra casa da faculdade, curso técnico ou o que seja.

O trem chega e ela entra. De novo, sem lugar para sentar. Em pé, encosta-se na porta. O trem começa a andar. Vez ou outra, ela olha à sua volta, reparando nas outras pessoas do vagão. Todo têm cara de cansaço, alguns dormem (os privilegiados que conseguiram um lugar para sentar, no caso), outros leem livros, mas a maioria prefere mexer no celular. Do seu lado, um grupinho conversa sobre uma intriga qualquer do setor X da empresa Y de telemarketing. Mas a história não parece interessante o suficiente para prender sua atenção por mais do que 3 segundos.

Ela vai passeando o olhar pelo vagão, tentando imaginar como foi o dia de cada pessoa ali. Até que o vê, sentado em um banco ao lado da janela.

Será que é ele?

Fica alguns segundos olhando enquanto ele mexe no celular. Ele levanta a cabeça e seus olhares se cruzam.

É ele sim!

O cara do Tinder. Eles deram match meses atrás, mas nunca conversaram. Ela ficou com vergonha de puxar papo e ele… Bem, não se sabe porquê ele não quis falar com ela. Pouco tempo depois do match, ela apagou a conta do aplicativo por puro desânimo (quem nunca?), mas nunca deixou de pensar em qual teria sido o desfecho da história caso tivesse tido coragem de conversar com aquele cara. Ela o queria, e não era pouco.

Passa uma estação. E mais uma. O vagão esvazia. Ela continua de pé por um tempo após o fechamento das portas, tentando decidir se deve sentar-se ao lado dele ou não. Tem uma ideia: pega o celular e abre o Tinder (sim, ela reinstalou o maldito app, pode julgar) e o procura, afinal o app se baseia na localização para encontrar pessoas próximas. Nada. Talvez ele esteja com o GPS desligado, ou também tenha apagado a conta… Pensa em como se arrependeu de não ter puxado papo com ele pelo aplicativo quando teve a oportunidade. Sim, aquilo definitivamente foi um erro.

Desta vez, vou cometer um erro diferente.

Senta-se ao seu lado. Ele a olha brevemente e logo volta a mexer no celular. Ela olha para a frente fixamente, sem saber como agir. Novamente, a timidez toma conta. Passa outra estação. Ele não desceu. Ela descerá na próxima, então precisa agira rápido. Pega o caderno e uma caneta. Escreve algo e arranca um pedaço da folha. O rapaz, distraído com o celular, parece não perceber nada.

O trem começa a diminuir a velocidade. Ela se prepara para entregar o bilhete. O trem para. Ela respira fundo e– ele se levanta.

Ele também vai descer aqui???

É, por essa ela não esperava. Parece que eles moram na mesma cidade. Seu plano de entregar o bilhete, dar um sorrisinho e sair com ar de mistério não deu certo. Precisa pensar em um plano, e rápido porque o rapaz já está na porta e ela continua sentada.

Ela levanta e se posiciona ao lado dele. As portas se abrem e ele caminha rápido para a saída da estação. Ela tenta acompanhá-lo. Ele está alguns passos à sua frente, já do lado de fora da estação, e ela percebe que situações desesperadas requerem medidas desesperadas. Corre para alcançá-lo e toca seu ombro.

– Moço!

Ele se vira, surpreso com a abordagem.

– Isso caiu da sua mochila.

Ele pega o bilhete, confuso, enquanto ela sai apressada sem aviso e sem sorriso. Ele a observa se afastar por alguns instantes. Fica ali parado tentando entender o que acabou de acontecer. Abre o bilhete e lê.

Oi moço. Tudo bem? A gente deu match no Tinder um tempo atrás, mas não chegamos a trocar ideia. Hoje te vi no trem e percebi que não poderia deixar a oportunidade passar uma segunda vez. Se estiver solteiro e quiser me conhecer melhor, vem de zap 😉

Abaixo do recado, um número de telefone e um nome. Ele sorri, guarda o bilhete no bolso e segue seu rumo.